Viana do Castelo recebeu-nos com muito calor e não me refiro apenas à meteorologia.
Sabia de ante-mão que estava reservada uma “pequena” surpresa de acolhimento e, enquanto estávamos na Praça da República à conversa com um jornal nacional, eu ia olhando para o telemóvel à espera que o Pedro, um portuense a viver em Viana, me ligasse.
Entretanto passa uma tuna masculina. Deixei a conversa a meio, pensei se seria para nós e quando eles passaram sem parar, pedi desculpa à jornalista pela distração e continuamos a conversar por mais uns segundos até o meu telemóvel começar a tocar. Atendi, voltei a olhar para a tuna e fiquei sem palavras quando vi alguém a falar ao telemóvel. Comigo.
-“Parkie, estas pessoas estão aqui para nós!”
Ele tentou dizer alguma coisa, mas só abriu a boca em sinal de espanto. Mas num jeito de quem me queria perguntar quem eram aqueles rapazes e porquê que estavam assim vestidos. Não fez a pergunta, não quis ser desagradável.
Quando se apercebeu de quem eram aquelas pessoas, vestidas de preto, a cantar para nós, emocionou-se e bateu palmas. – “Wow!”
Jantámos n’O Laranjeira, local mítico em Viana do Castelo. Ementa: azeitonas, broas, queijo, empada de frango, sopa de peixe (deliciosa!) filetes de pescada e arroz de tomate. Arroz de tomate!
-“Parkie este tipo de arroz é o meu preferido.”
-“Sim, eu posso ver isso!”
Servi-me mais uma vez e acabei com o tacho que estava na mesa. Arrisco-me a dizer que foi o melhor arroz de tomate que comi em toda a minha vida. Passamos lá a noite, na Casa do Sr. Laranjeira que tão bem nos acolheu, com vistas privilegiadas para Santa Luzia.
O Parkie, cansado que estava, foi dormir. Eu peguei na mochila, fechei a porta da rua e fui deixar um bocadinho do meu coração em Viana. Um bocadinho bem grande.
Viana do Castelo, 25.06.2013
Is there an English version available?
Hello, Myra, yes we have it. You can see it in English @ our scoop.it: http://www.scoop.it/t/thesecountryisnotforoldpeople
Life is a journey, and you both are on a beautiful one 🙂